São Paulo é imensa, poderosa e muito interessante. Tão interessante que a prefeitura e a empresa responsável pela promoção turística da cidade criaram uma série de possibilidades para explorá-la e a Forum Democratico escolheu começar pelo roteiro do café.
Foi a economia cafeeira o fator que transformou a capital paulista, antes a nona cidade do Brasil (1872), na metrópole global dos dias de hoje. Cultivado inicialmente na região de Belém do Pará, o café chegou ao Rio de Janeiro e de lá foi para São Paulo, onde se consolidou como base da economia do país (meados do século XIX e primeiras décadas do XX). Foi o café o responsável pela introdução da ferrovia no estado de São Paulo, pela chegada em massa de imigrantes vindos da Europa e do Japão.
Na capital paulista, a riqueza e o desenvolvimento se evidenciaram nas mansões dos barões fazendeiros, nas grandes construções urbanas, na difusão das artes, na importação da cultura europeia e nos teatros. O que o Roteiro do Café vem propor é a compreensão de como esse pequenino grão provocou em São Paulo as transformações sociais, econômicas e culturais.
Roteiro do Café e História de São Paulo – caminhos do desenvolvimento urbanístico, das reminiscências arquitetônicas das tradicionais casas de café.
1. Palácio da Justiça
Um dos exemplos de modernização da metrópole. Projetado em 1911 e inaugurado em 1933. Estilo eclético, influência neorrenascentista. No interior do edifício, o Plenário do Júri é revestido com lambris de madeira de lei e tem como teto uma claraboia. Obra do Escritório Técnico Ramos de Azevedo (considerado o principal arquiteto do ciclo de riqueza do café). Abriga exposições permanentes e temporárias mantidas pelo Museu do Tribunal de Justiça. Praça Clóvis Bevilácqua, s/n; tel: +55 11 3295-5816; 2ª a 6ª feira, das 10h às 17h (seguindo o calendário do Tribunal de Justiça)
2. Edifício Guinle
Considerado o primeiro prédio vertical da cidade, uma das primeiras construções de concreto armado do país. Construído entre 1913 e 1916. Projeto dos arquitetos Hipólito Gustavo Pujol Junior e Augusto de Toledo. Fachada Art Nouveau, com motivos de grãos e ramos de café. Rua Direita, 49
3. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Construído entre 1923 e 1927, seguindo o projeto do arquiteto Hipólito Gustavo Pujol Junior, professor da Escola Politécnica. Desde 2001, abriga o Centro Cultural Banco do Brasil, um dos mais ativos e completos espaços culturais paulistanos, parte de mais um esforço na política de revitalização do centro da cidade. Na fachada, adornos de ramos de café. Rua Álvares Penteado, 112; +55 11 3113-3651/ 3113-3652; 3ª a Dom., das 10h às 20h.
4. Largo do Café
Local onde, no passado, o café era comercializado, numa espécie de bolsa informal. Em 1914, foi instituída a Bolsa Oficial do Café, em Santos. Atualmente, há bares e cafeterias muito animadas. Cruzamento das ruas São Bento, Álvares Penteado, do Comércio e Dr. Miguel Couto.
5. Edifício Martinelli
Na São Paulo que crescia com o dinheiro do “ouro negro”, quando inaugurado, em 1929, era o mais alto edifício do mundo, à exceção dos Estados Unidos, condição perdida apenas em 1936. Inicialmente, de autoria do arquiteto húngaro William Fillinger, o projeto de 12 andares foi alterado pelo próprio empreendedor da obra, Giuseppe Martinelli, que tinha a meta de 30 andares e de construir sua mansão no topo do prédio, assim demonstrando aos desconfiados que, apesar de tão alta, era segura. Havia neste exato local o Café Brandão, um dos mais marcantes da época. Rua Líbero Badaró, 504; +55 11 3104-2477; 2ª a 6ª feira: das 9h30min às 11h30min e das 14h30min às 16h; Aos sábados, até as 13h, com agendamento obrigatório.
A Região da Luz
O café, como fator de atração e de desenvolvimento, faz crescer a população e impulsiona o progresso. A região da Luz deixa de ser um ponto de parada de tropeiros e se incorpora ao novo cenário. A ferrovia começa a ser construída em 1860, para dar conta de escoar o café pelo porto de Santos.
6. Estação da Luz
Comportando o movimento de pessoas e cargas, foram inauguradas em 1901 a atual Estação da Luz e duas pequenas pontes sobre a estrada de ferro. Projeto do inglês Charles Henry Driver. Um dos mais tradicionais símbolos da cidade – especialmente pela sua torre de 60 metros de altura – a Estação da Luz é uma das mais importantes do sistema de transporte metropolitano e abriga, desde 2006, o genial Museu da Língua Portuguesa.
Praça da Luz, 1 – Luz; 0800-55-012; Diariamente, das 4h às 24h.
www.estacaodaluz.org.br
7. Painel Epopéia Paulista
Realizado pela artista plástica Maria Bonomi, Epopéia Paulista é monumental, seja pelo conceito, seja pela dimensão (73m comp. X 3m de altura), seja pela autora, que tem um forte comprometimento com a socialização da arte.
A parte Amarela, a presença nordestina na cidade (literatura de cordel e a cor da terra seca do Nordeste). A Branca, com suas linhas retas representam os trilhos do trem e do Metrô, e cor branca, propriamente dita, o futuro, pelos que chegam. Os objetos esquecidos no dia-a-dia da estação, bem como a terra onde o café frutificou, a parte de cor Vermelha. Estação da Luz (corredor de interligação entre o Metrô e a CPTM); 0800-55-0121; Diariamente, das 4h às 24h.
8. Parque da Luz
O Parque da Luz, aberto ao público em 1825, é a mais antiga área verde da cidade. Com 113.400 m², conta com muitos atrativos, como a gruta com cascata, o aquário subterrâneo, e esculturas de artistas como Lasar Segall, Victor Brecheret, Leon Ferrari e Amilcar de Castro.
Praça da Luz, s/nº – Luz; +5511 3227-3545; 3ª a Dom., das 9h às 18h; www.prefeitura.sp.go
9. Pinacoteca do Estado
Concebido inicialmente para sediar o Liceu de Artes e
Ofícios – centro de educação profissionalizante para formação de artesãos e mão-de-obra especializada para servir à metrópole que se desenvolvia, em função do boom do café. Projeto do arquiteto Ramos de Azevedo. Passou a abrigar a Pinacoteca do Estado, o primeiro museu de arte de
São Paulo. Com mais de 8 mil peças em seu acervo, é um dos principais atrativos turísticos da cidade.
Praça da Luz, 2 – Luz; +5511 3324-1000; 3ª a Dom., das 10h às 17h30min;
www.pinacoteca.org.br
10. Estação Pinacoteca
O edifício da Estrada de Ferro Sorocabana, de 1914, abrigava escritórios administrativos e o armazém central da ferrovia. Durante o regime militar instaurado nos anos de 1960, o Departamento de Ordem Política e Social – DOPS, principal órgão de investigação e repressão durante a ditadura ocupou o espaço. Em 2004, foi incorporado pela Pinacoteca do Estado, passou a ser chamado Estação Pinacoteca e expõe a Coleção Nemirovsky, um dos mais importantes acervos de arte moderna do país. No térreo, está o Memorial da Resistência de São Paulo, dedicado à preservação das memórias da resistência e da repressão política no Brasil. Largo Gal. Osório, 66 – Luz; +5511 3324-1000; 3ª a Dom., das 10h às 17h30min; www.pinacoteca.org.br
11. Estação Júlio Prestes
Projeto do arquiteto Christiano Stockler das Neves, este edifício foi erguido para substituir a estação original Estrada de Ferro Sorocabana, a qual já não comportava mais o movimento e as demandas decorrentes da grande movimentação. Abriga o ponto de partida dos trens da Linha Diamante, a Secretaria do Estado de Cultura e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Tem ainda uma sala de concerto, considerada uma das melhores do mundo. Rua Mauá, 16 – Luz; +5511 3324-1000; 2ª a 6ª, das 10h às 18h; Sáb., das 10h às 16h30min; www.salasaopaulo.art.br
12. Vila dos Ingleses
Concebida para servir de moradia aos funcionários ingleses da ferrovia São
Paulo Railway (Santos-Jundiaí). Projeto do chileno Eduardo de Aguiar D’Andrada, com inspiração nas vilas operárias de Londres. Hoje funciona ali um centro de atividades comerciais. Rua Mauá, 836 – Luz; +5511 3228-6944.